A
Câmara dos Deputados realizou, ontem (10), Audiência Pública proposta pelo
deputado Hildo Rocha com a finalidade de discutir o descumprimento da Lei
13.959/19, que institui o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos
Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira, o Revalida.
O
Revalida subsidia a revalidação, no Brasil, de diplomas de graduação em
medicina obtidos no exterior. O exame é composto por uma etapa teórica e outra
prática que abordam clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia,
pediatria e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).
O
representante do Ministério da Educação, Luís Grochocki, que é diretor de
Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), negou que o Ministério da Educação esteja
descumprindo a lei. Entretanto, de acordo com o gestor, entre 2017 e
2019, o exame não foi aplicado porque houve problemas com licitações no
período. Já no ano de 2020 também não foi realizado, segundo o diretor do INEP
por causa da pandemia.
A
primeira etapa (exame teórico) do Revalida 2021 está prevista para setembro,
com resultados em novembro. Só depois disso poderia ser realizada a segunda
etapa.
Exame
semestral – A explicação do
diretor do INEP não convenceu deputados e outros participantes da audiência. “A
lei é clara. Temos que ter dois Revalidas por ano, um a cada semestre. Também
diz claramente que são duas etapas. Segundo foi colocado aqui, por vários
convidados e deputados, o INEP pretende realizar os exames em três etapas,
portanto, em desconformidade com o que diz a lei”, observou o deputado Hildo
Rocha (MDB-MA).
Pandemia
não é entrave – Hildo Rocha
ressaltou que a pandemia do Coronavírus não pode ser entrave para a realização
do Revalida. “O coronavírus deve ser um fomentador do Revalida porque nós
estamos precisando de médicos para atuar na linha de frente no combate à
pandemia e temos bons médicos brasileiros formados no exterior que poderiam
estar ajudando a salvar vidas e que precisam serem avaliados corretamente para
poderem trabalhar legalmente no Brasil. Eles querem fazer os exames de
capacidade profissional só que a cada momento inventam desculpas para não
realizar o revalida”, argumentou.
Critérios
rigorosos – Hildo Rocha também
destacou a informação revelada pela Dra. Charliane Maria Silva, advogada do
Processo de Revalidação dos diplomas de médicos brasileiros formados no
exterior.
“Dra.
Charliane nos trouxe uma informação relevante. Ela nos assegurou que existem
médicos intensivistas já com pós-doutorado feitos na USP e que não conseguem
trabalhar no Brasil porque encontram imensas dificuldades nas avaliações do
Revalida. Ou seja, o Brasil precisando de intensivistas infelizmente muitos
profissionais estão impossibilitados de trabalhar porque além dos rígidos
critérios das provas a aplicação dos exames não tem obedecido a periodicidade
prevista em lei”, lamentou o deputado.
Via
Jorge Aragão
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